A coffee at midnight

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Amém

Muita gente tem razão quando fala que o que nos mata e o circulo. O maldito final ser sempre um maldito começo. Mas ir para onde além da circular terra?
Se atirar no espaço e encontrar o enorme vacuo desprovido de vida a flutuar por léguas distantes? não sei.
Se enterrar então nas profundezas do oceano, ultrapassar o limite da terra até seu centro e se queimar em lava e sentir enfim que tanto faz o inferno na terra quanto no céu?
Enconlhemo-nos então em subjtividade até enlouquecer a alma, algo indizível que a sensibilidade humana muitas vezes capta e se deixa escapar.
O sentido das coisas se atropelam em tantas outras quando a mente insiste em complicar a singular existência.
A tarefa de viver, no entanto, mesmo que raras vezes, se simplifica em pequenas epifanias;
O que haveriamos de ser, nos humanos, além de demasiado humano?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Temporais

Queria te escrever fazia um tanto. Queria te escrever bonito, porque bonito você merece.
Mas foi neste meu querer que me enquadrei em uma encruzilhada. Se vasculhares os meus escritos
descobriras que nada sei escrever de bonito. Escrevo em linhas tortas palavras bêbadas e o tom não equilibra
o bêbado.
Então sai de casa, comprei duas cervejas e um maço de cigarros pra ver se dava tranco no meu lado colorido da mente.
A questão é que o dia também não me veio conveniente, pois o sol brilha alto no azul e eu ainda não descobri como
explodir se quer peido de véia imagina então o sol, mas vamo que vamo que com sorte não fede.
Tempo foi o tempo que pintei meu cabelo vermelhidão
(...)
Eu só procuro aquele que me ensina, sigo os passos daquilo que me leva e só fico porque quero ficar. Foi assim,
CASA, QUIS, FIQUEI.
Mas tempo foi o tempo que passou e não me deixou esquecer que casa não é porto, que corpo não é barco e
que bebida não é mar. A ressaca: imensidão Oceânica.
Fico na areia a mirar as ondas rolarem minha face abaixo, desculpa, perdão, redenção, pedaço fim de tempestade.
Melancolia de bêbado é foda ainda mais quando este ainda se encontra sóbrio.
Lindo te chamo porque lindo te vejo. Viu, sou mais óbvia do que pareço, sou mais terra do que mar, sou menos do que mais e
sei que isso me cai bem. Sou porta como burra, I am made in Texas and I hate cowboys.
Tempo que foi tempo atrás, o atrás que foram anos me convenceria estar com medo, fugindo de Texas com o meu cavalo alado
mas foi com a burra porta que sou que bati de cara com a verdade que só os velhos contam e apenas os jovens não escutam.
A verdade é que tempo que é tempo muda no ficar e que solidão não navega, só sabe afundar, So you better start swimming or
you´ll sink like a stone escreveu Bob, não o Marley, o Dylan, Bob Dylan, devaneios a parte.
Verdade ou mentira, a realidade é que voltei, retrocedi as leis da física e segui as leis clichês do coração, voltei
correndo (e não fugindo) pra pedir perdão pelo tempo que foi tempo, pedir pra voltar pro tempo que não era em vão.
Você foi meu tempo do não-tempo, circulou nas bordas, na órbita da loucura de minhas horas. Lindo, amigo lindo
te escrevo por não saber falar, não sei observar no espaço a estrela que me falta, não sei dizer se no fim das linhas, do tempo,
no fim de tudo, tudo se transforma no tempo cronometrado do teatro.

-ato 1, 2, 3, fecha-se as cortinas-

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Outubrite

Frio da porra em plena primavera.
Prova de ielp na primeira aula amanhã.
Revisão da prova: not checked.
De mulher pra mulher: Marilza, tu cagarás o meu final de semana.
Abri caderno, fechei caderno.
Não, hoje náo quero reaprender e por isso me reprendo.
Facebook farejado como cocaína na fronteira da Bolívia com Brasil.
Sim eu amo o que estudo, sim odeio o que faço.
Internet malcomida demora pra gozar o download do les chansons d´amour.
Redownload quero dizer, porque o primeiro veio em francês com legenda em Italiano.
Até a fucking internet quer me transformar em uma estudante de letras nota 10.
Mas pelo jeito papai do céu não fez chover ritalina por aqui, devo então continuar
com ponderada acima de 6 e abaixo de 7. Not enough you English bullox.
Como diria a Norma culta, a outubrite ta me pegando como cão que ladra mais não fala.
Quem mandou o cão faltar na aula de linguistica?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O treino corrido da escrita

Refinando o tom da escrita. Abro o computador, clico no notepad, e lá está a página em branco.
Penso nas ruas, nas escadas rolantes, no metrô, no banho; penso na estrada da mente até a minha palavra.
Escuto os universitários, academicos, políticos, meu pai, irmã, namorado;
escuto o eco das idéias que borbulham caoticamente.
Notepad, página em branco, olhos meus na tela.
Penso, escuto.
Agora escrevo. Eis aqui todo o meu sonho, meu desejo.
Escrever, silenciosamente escrever.
Faltar com a palavra os olhares dos instantes.
O caos, vem de dentro e se ve de fora. Então prefiro assim:
o notepad, a página em branco
o pensar, o escutar.
A verdade é que me sinto toda pelada, toda sem pelos, sem nem apelos para trapos, vestimenta qualquer pra tapear os outros.
Eis que sou retórica. O caos vem de dentro e se ve de fora os bicos do peito, mamilos tristonhos mirando a
frieza calculista do chão.
Lembro eu aos quinze deitada no divã, a sala gritandoa idade quinze vezes 3 menos 60. A matemática da idade, tão falha quanto
as minha horas gastas de analise. Gastas mas não perdidas, gastei meu chão, a voz do cigarro, tardei a hora da ruina.
Mas acá estou 7 anos mais tarde e eu diria: Quem diria?
Não foi da ponte, nem do viaduto que me joguei. Não foi com faca, banheira e água morna que me afundei. Não morri,
nem de morte matada, nem de morte morrida. Quem diria? Vivi.
Vivi vivendo aos trancos e barracos mas vivi. Jogando pedra na cruz, na puta mãe que me pariu. mas vivi.
Nem quase, nem sempre, nem sobre, eu simplesmente vivi.
99% do tempo ainda não sei o que falo, nem quem fala e nem pra quem fala.
O contexto me escapa, me escorre pelas mãos, foge
porta a fora. Foge-me o contexto me deixando a referência: a porta.
Maldita porta, porta sem tranca, sem chave, com olhos mágicos e cegos. Minha porta profeta, oracular. Fica a porta ali, maldita
a ambiguizar: sai ou fica?
Apago a luz e acendo o cigarro.
Boa noite Brasil, vou sonhar fumaça.