A coffee at midnight

terça-feira, 29 de março de 2011

Como receita sem bolo

As caixinhas vão se acumulando
no criado que continua mudo.
Elas são todas coloridinhas,
vestidas de preto e vermelho fazendo-me ninar.
Minhas caixinhas de música sem cordas,
me dão notas de melhora a cada hora marcada.
Me visto como as bonecas que de noite sonhei.
Sonhei ser tão feliz vestida de rosa.
Sonhei nas bolhas pintadas de bulas,
sonhei ser capaz.

domingo, 27 de março de 2011

A monologue to an Irish man - act five

Garage

Piling it up our inabilities,
the look of a frozen lake,
no stones to hit the water.
The big ones we know they can break the ice.
Big men, no men at all. It´s a heart lost
in a very cold sea.
Await, minute by minute to catch a glimpse of
what´s lost in beauty.
That´s all that is , an unbelieveble misunderstood beauty.
the shape of the ice, losing the white and becomming tears of blue.
I stay away, have no streets to walk no more.
Im in the closet and I watch you from a far.
The world becomes so weird when I realize people like you exist.
It makes no sense at all my darllng.
Heats are losten in a cold sea.

Anato-me

Me enganei pela cidade de São Paulo;
me acumulando em cartões de crédito,
ao som de moedas essa solidão inconfundível.
Não quero o amor de mãos dadas,
queria debaixo da garoa alguns amigos comigo.
Noites são iguais; o apartamento ainda está fedendo.
Não queria um amor, queria 50 pau e uma Dona Maria
para desenfectar a alma de minha casa;
libertar a minha cama sem gozo.
Falei de cu para as paredes,
cantei para o espelho o meu tom nasal, melodia anal.
Falo de cu para a casa toda, para fora das janelas,
falo do hall até os portões do prédio.
Aos gritos: cu de rua,
de chuva, cu de raio,
cu, cu de vida,
cu de saco cheio desse cu.
Cu, me enganei pelo o corpo da cidade
fiquei contigo esse buraco que me cabe.

terça-feira, 15 de março de 2011

Bimonólogo - parte primeira

Personagens:
A dor
A mulher adúltera


MA: Foi sem ti, foi sem mim. Estilhaços adulterados. Oh infeliz coração! Tire de mim o adultério.

D: Mas quem você acha que você é?..

MA: Construção, viagem arquitetônica, sou suas mentiras largadas na cama.

D: Oh minhas mentiras, como podem? Eu sou a dor de ninguém!

MA: Ninguém o meu redondo. Ninguém ao meu quadrado. Direje-se a mim como ninguém, mas é tu que es a voz, a única culpada.

D: Que culpa tenho eu se as algemas são obras tuas? Bem como é sua a chave e, suas as mãos, que te prendem na prisão mental de um demente.

MA: Doente, sem ti, abandonada, não lembra mais de mim, lunática. Esquesito você se esquecer da faca ao lado da cama. Ela reflete o teu rosto.

D: As palvras que me cospe acertam apenas a sua face. Pensa e me conta, AFINAL QUEM SOU EU?

MA: Dor alheia é que não é! Estou vestida de mim mesma.

D: Então tire a roupa!

MA: Só serei nua quando você parar de insistir em se grudar no meu corpo.


Marcela Thomé e Marcelo Augusto

No par: pés de canetas

Os deveres, de repente me lembro. Mas Por outro lado, seria bom estar em casa. Dormir um pouco, levar à cama um travesseiro sem pena; sem dó nem piedade. Meter no Travesseiro. Gozar sem pesadelo e dormir no gozo; sem cheiro, me cheira, me leva pra casa. Deita comigo e não reclama do gozo grudado no travesseiro. Me lembro que não sai de casa nem deixei de esquecer a porta aberta; e mesmo assim você entrou e deitou na janela semi-aberta, na luz semi-nua, no bolso, na calça, meu chão sumiu no seu pulo, no pêlo, no peito, sorriu. Seu peito sorriu dentro do seu corpo acabado no piso térreo e bem alí meu chão sumiu. A cor do vazio, qualquer coisa de azul.


Marcela Thomé e Marcelo Augusto

terça-feira, 1 de março de 2011

F de foda-se

F
az conto está distância.
Quanto fala a enfermidade?
Um desgosto prazeroso,
fez mais dias que não são noites.

F
az em mim pouca saudade,
e um tantão de esperança.
Cousa rara e estranha!

F
eliz dia da partida
Feliz mote de amargura.
Faz tanto (pouco)quem dita as regras
que doce nada em elegância

mais um dia mais distância

F
eliz de mim meu coração;
bate lento em calmaria
rima certo em alegria.
Fala bobo minha boca
qualquer dia, qualquer rima.

F
eliz dia ser o hoje
que escrever desaprendi.
Morte não anunciada,
cousa pouca, nem senti!

F
oi-se meu ego atormentado
o eu-lírico desemancipado.
Passe bem escrivaninha,
mas com tempo, volte logo.

A monologue to an Irish man - Act three

I´ve been walking
the streets of Dublin.
It´s almost rain, it´s almost wind.
I betrayed you on the cornner of the block,
thinking this might be London.

It could never be!

Maybe I am the bomb
that was droped by you
to explode...that past.
I am the machinery of lovers that
walk on London streets...believing.

Fields of churches
I won´t bother to stop
I can pray, for you lord
in any bit of green,
in any lapse of faith
holding my own hand.

Drop the bomb!
I wish I was dead for a cause
good as a country stuck in my heart.

massinha

Massa amorfa do pensamento.
Colher colhendo no leite
o meu último marshmellow.