A coffee at midnight

terça-feira, 30 de agosto de 2011

(...)

Por tanto escrivaninha, é tão difícil te escrever.
Mas é que hoje me veio em tona tanto sentir...

Olhar espelho, tirar remela, cortar as unhas.
Lesão, corpo remediado tanto quer se partir em dois, em mim...

Venha comigo meu amor, para um mar. Quer ver?..

Sou tudinho, quase um nada, gaguejando, já vejo a menina do olho, poesia concreta.
Quer ver, amor?..

Não sei usar poesia, que fracasso, tanto peso, agonia, lado escuro
Quer ver?..

Quer mesmo ver?

pois é pé que não falo, a estrada sempre ao lado, alivio daqueles e eu que não sabem viver.

Quer ver saudade meu bem...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Provável epitáfio

Aqui jaz uma pessoa finalmente feliz

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Clan

Por falta de caneta me encontro um dia atrasada. Este atraso foi por motivo de perda e não de pensamento por mais que eu saiba que este esquecimento tenha um tanto a ver com o fato de querer esquecer. Porque no mundo não faltam canetas, o que existe é uma falta de vontade minha de acha-las. Casar a minha mão com uma caneta seria manter um relacionamento duradouro com o papel e creio que ainda não estou pronta para amar a minha palavra de um jeito cotidiano. Escrevo hoje com um lápis pequeno, talvez por saber que o grafite foi feito para ser apagado e o seu tamanho deduz que eu tenho pouco tempo para me entregar ao esquecimento. Mas um paso já foi dado pois este texto foi aqui tatuado, não pode ser apagado mas também não pode ser mais visto como antes. Será sempre o reflexo do tatuado, uma distorção do meu pensamento assim como as canetas esquecidas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ansiedade

o ócio
bocejar
um grito
por perto da loucura
por certo rima sem candura.
Ansiar a idade
ansiedade crônica não madura.
Falar passa e depois corre
Ansiar dançar um tango a três
Ócio, ópio, ódio
Ócio sem ópio
Ódio com cura
cadencia, doçura.
ansiarmeautoretrato
tudo mais juntinho
vaidade só se admite
quando falada rapidinho.

terça-feira, 29 de março de 2011

Como receita sem bolo

As caixinhas vão se acumulando
no criado que continua mudo.
Elas são todas coloridinhas,
vestidas de preto e vermelho fazendo-me ninar.
Minhas caixinhas de música sem cordas,
me dão notas de melhora a cada hora marcada.
Me visto como as bonecas que de noite sonhei.
Sonhei ser tão feliz vestida de rosa.
Sonhei nas bolhas pintadas de bulas,
sonhei ser capaz.

domingo, 27 de março de 2011

A monologue to an Irish man - act five

Garage

Piling it up our inabilities,
the look of a frozen lake,
no stones to hit the water.
The big ones we know they can break the ice.
Big men, no men at all. It´s a heart lost
in a very cold sea.
Await, minute by minute to catch a glimpse of
what´s lost in beauty.
That´s all that is , an unbelieveble misunderstood beauty.
the shape of the ice, losing the white and becomming tears of blue.
I stay away, have no streets to walk no more.
Im in the closet and I watch you from a far.
The world becomes so weird when I realize people like you exist.
It makes no sense at all my darllng.
Heats are losten in a cold sea.

Anato-me

Me enganei pela cidade de São Paulo;
me acumulando em cartões de crédito,
ao som de moedas essa solidão inconfundível.
Não quero o amor de mãos dadas,
queria debaixo da garoa alguns amigos comigo.
Noites são iguais; o apartamento ainda está fedendo.
Não queria um amor, queria 50 pau e uma Dona Maria
para desenfectar a alma de minha casa;
libertar a minha cama sem gozo.
Falei de cu para as paredes,
cantei para o espelho o meu tom nasal, melodia anal.
Falo de cu para a casa toda, para fora das janelas,
falo do hall até os portões do prédio.
Aos gritos: cu de rua,
de chuva, cu de raio,
cu, cu de vida,
cu de saco cheio desse cu.
Cu, me enganei pelo o corpo da cidade
fiquei contigo esse buraco que me cabe.