A coffee at midnight

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma entrevista com Marcela Thomé

Durante um de meus devaneios diários me pus a imaginar como seria uma entrevista com Marcela Thomé.
Pensei então, primeiramente fazer uma apuração de fatos, descrição de personalidade.
Brasileirnha típica, 10 minutos sempre atrasados, o samba no pé e um sorriso na boca.
Ao reler senti que estava um tanto quanto superficial, pensei então em aborda-la de maneira diferente: perfil de personalidade subjetivo.
Possuidora da síndrome de Werther, ex-suicída de plantão, sob medicamento de pânico, de manhãs tenebrosas e ranzinzas.
Bem, foi um belo de um chute no saco, ela não merecia ser assim tão exposta.
Me sobrou então a última tentativa de abordagem: falar mentiras satisfatórias para a entrevistada.
Mulher com M mauísculo, neurônios fantásticos e talentosos, bem amada e boa amante, dançarina de tango, expert magioritária de vinhos franceses e excelentissíma na cama.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Minha vida de Rei.

Uma destas madrugadas fui acordada para o meu destino- por conta de meu intestino-
Dores abdominais fortissímas comandavam minha presença no trono.
Tive pouco tempo entre a cama e o acento real, onde minhas entranhas em menos de segundos ja estavam comprometidas e expostas.
Seria então eu o rei?
Estava confusa de que medidas tomar diante de meu poder, no meu palácio de luzes frias e pia branca.
Foi com o tempo que percebi que todo aquele poder realmente cheira a merda, a madrugada ainda era escura e mal via o meu exército ir descarga abaixo.
Decidi então levantar e renunciar, lavei minhas mãos pra não sobrar mais sujeira.
Olhei pra porta de meu quarto.
Minha realeza era de fato real.
Minha madrugada de rei.
Escolhi minha miséria a vida de fidalgo.
Sei que continuarei cagando mas pelo menos na condição de plebeu não tenho que fingir que meu trono não passa de uma simples privada.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Da épica a comédia.

Os assuntos que me envoltam são insuportavelmente entediantes.
A existência não está mais em crise, é a crise da existência que não existe mais.
Existir sem crise?
Ah saudades de meus tempos de Cazuza, das meias três quatro, do ônibus da escola, rezando na esquina, da minha menina má.
Hoje sorrio a tôa,
coisa mais estúpida!
Os vazos da minha casa ando me estranhando, suspeitam que eu esteja sob efeito de fortissímos calmantes, aqueles pra cavalo, sabe?
O coração não acelera mais, anda devagar quase parando, estilando Barrichelo.
pobres coitados.
de mim.
Tenho dó de minhas facas, tempos atrás salivavam no calor de meu peito, atualmente são tristes e amarguradas por terem sido rebaichadas a cortar batatas para o jantar.
Os amigos sumiram, talvez tenha sido mesmo eu.
Não os mereço mais, eu cai do palco e
o show tem que continuar.
Oh como sinto falta do mel do Olímpo.
O meu mel está em um potinho de plástico na forma de urso.
quase um sacrilégio e que os deuses me perdooem.
Oh Heróis de Tróia saiam imediatamente do Hades e
me salvem desta nada divina comédia.