domingo, 27 de março de 2011

Anato-me

Me enganei pela cidade de São Paulo;
me acumulando em cartões de crédito,
ao som de moedas essa solidão inconfundível.
Não quero o amor de mãos dadas,
queria debaixo da garoa alguns amigos comigo.
Noites são iguais; o apartamento ainda está fedendo.
Não queria um amor, queria 50 pau e uma Dona Maria
para desenfectar a alma de minha casa;
libertar a minha cama sem gozo.
Falei de cu para as paredes,
cantei para o espelho o meu tom nasal, melodia anal.
Falo de cu para a casa toda, para fora das janelas,
falo do hall até os portões do prédio.
Aos gritos: cu de rua,
de chuva, cu de raio,
cu, cu de vida,
cu de saco cheio desse cu.
Cu, me enganei pelo o corpo da cidade
fiquei contigo esse buraco que me cabe.

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