quinta-feira, 3 de junho de 2010

Uma carta para saudade

Meu caro amigo, quanta saudade!
O Inverno acabou, mas ainda me lembro da brisa, da música e do aperto no peito quando tive que partir.
As coisas por aqui pouco mudaram.
Mamãe continua tão jovem, papai ainda tão cansado.
A casa tão calma, sempre vazia.
Os queridos amigos ainda muito queridos!
Parecem não se cansar dos bares e das festas.
Ah Bohêmia que sempre tanto gostamos.
Os amores se perderam na cidade velha, as ruas todas me parecem vagas, tudo meio fora de lugar.
Acho que sentem sua falta.
Mas o amor ainda existe em mim, mesmo que timido como as freiras que caminham na minha rua pelas manhãs.
Saio sozinha na noite à procura de coisas novas para fazer.
Não sei se é à sua procura ou uma fulga de suas memórias, só sei que tudo me lembra você.
As tardes agora ficam caladas com pouca vontade de falar.
Ontem na praça me veio uma idéia no fim-de-tarde que queria te falar; uma das nossas idéias malucas de fugir; me deu uma vontade danada de te abraçar.
Ando preocupada, uma preocupação da qual você ficaria orgulhoso, mas como sinto falta de não me preocupar nas noites quentes, nas praias que costumavamos andar jogando conversa fora.
As putas de nosso país continuam as rosas de nossa grande cidade.
O abuso que nas noites eu queria tanto em você abusar.
O prazer de ser rosa so para te mimar.
As bocas me disseram que você anda sorrindo, me lembrei do seu rosto bonito que nunca me esqueci desde aquele dia longe daqui em que conheci você.
Que as pernas de moças nas estradas em que você estiver andando tenham pouco juizo para te dar.
Que o desejo não te baste, mas que seja brindado todas as santas sextas-feiras, com amigos em uma mesa de bar.
Meu bem querer nasce nas manhãs de frio como um parto no morno vão entre as minhas pernas; debaixo das minhas cobertas entrelaço meus pés nos lençóis que sufocam os dedos, a pele e os pêlos.
Na memória o cheiro, o toque e o gosto ta saudade, que me parece em dias de sensibilidade quase que palpável.
Nesse dia-a-dia me levanto após esse ritual, te rezando para buscar minha fé e para não me deixar esquecer que eu não quero que você me esqueça.
Te mando esta carta que foi feita de tanto gostar.
Com um imenso carinho, Eu.

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1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Marcelaaaa, me manda o trabalho por e-mail rs fquinteiro@gmail.com . Queria dar uma olhada antes de terminar a conclusão. E me passa seu e-mail para que eu te envie assim que terminar.
Bjoo,
Fernando

3 de junho de 2010 às 20:18  

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