segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ainda sem nome

Da idade madura
da idade do coma
Do que me lembro já me esqueci e vivo em prisão por pura falta do que fazer.
A falta de falar eu nem te falo.
A vida mental não tem data para voltar, pelo menos não vejo previsão porque minha percepção é uma circunferência de 1 cm de raio.
Já mandei tudo as favas e não penso em mandar buscar.
Essa busca requer o esforço da fuga do motivo que eu resolvi fugir. Entende? eu também não.
O retorninho da circunferência não merecia nada menos que seu próprio diminutivo.
Já que amo um pouquinho, sofro um pouquinho, choro um pouquinho, penso um pouquinho.
O que esses olhos buscam em mim não querem ver para crer, não posso pagar, mesmo sendo menina, fali.
Meu crime e meu castigo é pura ignorãncia de Dostoievski, porque no ralo eu não anceio o conhecimento e no fundo eu recalquei o que eu conhecia.
Tudo que me resta são meias palavras nunca ditas.
Eu amarelei a minha própria proposta e vejo agora que tudo parece tão bobo.
No ringue não luto mais com espelhos, a luta não vale mais o sangue.
Todo esse vernelho me parece tão narcisico, os lábios vermelhos só servem para mostrar que existe sexo.
O quão triste é isso, nem me aprofundo para não te entristecer.
As botinhas sem meia, o carro vermelho e a badalada Augusta eu guardo no baú.
Não acredito no ele é o bom, nem no ele é o mau.
Mas também não pense que alguma coisa sei. Porque não sei. Só falo pelos cotovelos sedentos em uma mesa de bar.
Essas palavras são puro deboche, ando apreciando conversas sem sentido de sentir e quando não se sente ri de si mesmo por pura falta de senso com sua própria desgraça por não saber quem é mais desgraçado.
Não vou estragar o meu humor colocando você só porque vestes preto, aliás quanto mais preto melhor a piada.
É por isso que sempre entendi o porque se ri tanto na merda, mas nunca entendi o porque se ri da merda.
Não sou doce, não sei porque insetos insistem em me pousar, deve ser porque eu troco a merda pelas flores, vice e versa.
Eu nunca encarei e nem quero encarar, porque encarar seria descobrir que a piada não tem mais graça.
Se a festa acabar tudo vai ser fullgás, não vou me importar de limpar o salão, de lavar os copos, de limpar os banheiros, mas eu imploro, por favor, não acenda as luzes.

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