sexta-feira, 30 de julho de 2010

Dose nossa de cada dia

Depois de ti dose
Só depois de ti
o mundo é tolerável
Só depois de ti
escuto mais alto
a música e mais
baixo o coração

Depois de ti,
os sentidos se
acalmam, a alma
volta ao corpo e
a mente em fim
liberta
da sensação de dor
de estar presa

Só depois de ti
o corpo existe,
depois de ti é
que resiste
a anciedade que é
viver

Tudo se acalma
até a mão que te
alcança, alcança
mais tênue e branda

Dose que não é
remédio
Dose que não é
solução

Dose depois de ti
dose
o medo não mais
existe...
e tão pouco eu...

Depois de ti,
de ti e só depois de ti
dose
é justo chorar...

2 Comentários:

Blogger  disse...

ele é importante! mas quando vira depois deve ser importante principalmente pelo depois. As importantancias mudam com o tempo...

5 de agosto de 2010 às 12:22  
Blogger  disse...

bonita, só agora, relendo, fiz a conexao. Tem um poema da Hilda Hist que chama Alcoolicas. Ai vai um pedacinho, só pra te dar "sede", mas procure le-lo inteiro, vale tanto a pena. Foi por uns tempos quase um mantra pra mim ahahahaha te amo. Bjocas

"É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida.

...

Ah, o todo se dignifica quando a vida é líquida"

20 de agosto de 2010 às 17:16  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial